quarta-feira, fevereiro 21, 2007

O MANÍACO DO CINEMA

O MANÍACO DO CINEMA

Como todos neste país, me senti enojado com o ato do estudante de medicina e matador do Morumbi Shopping, Mateus da Costa Meira, quando a 8 anos atrás utilizando uma metralhadora UZI 9mm, atirou contra uma platéia dentro de um cinema e matou 3 pessoas.
Hoje, passada a revolta reativa, me deparei com sentimentos parecidos e talvez consegui entender este cidadão no seu ato:

"estava eu vendo um filme do qual muito me interessava e esperava ansioso pela sua estréia:
"a procura da felicidade", e durante os trailers que particularmente gosto muito de ver, já tive de conviver com um entra e sai de pessoas que insistiam em parar em pé ao meu lado discutindo onde iriam sentar, ou passando na minha frente para chegar à poltrona, ou até indo buscar uma pipoca de última hora, ou apenas chegando na sala. Isso me incomodou de tal forma, pois, para mim, o trailer é uma preparação para a 7° arte, é aonde você vai entrando no "clima" da projeção e se desligando de problemas e do mundo exterior; mas tudo bem afinal só estava nos trailers, fazer o que?....
Iniciado o filme, que é um momento do qual lhe exige um pouco de "atenção", pois você tem que se inteirar da história, e prestar atenção em detalhes que lhe serão fundamentais para elaborar uma boa crítica do filme; e nesse momento tenho de aturar cochichos entre casais e amigos que me enchiam o saco, mas a paciência é uma virtude e como eles estavam ainda entrando no clima do cinema, pude relevar.
O filme se desenrolava bem e nesta altura já dava para se familiarizar com o personagem e se sentir em suas dificuldades, certo momento no qual o diretor tenta lhe encaminhar nas emoções do filme e de novo: " cragsk shstk hovstek" papéis de balas exagerados, associados à sacolas de supermercado rompem seu elo homem-película lhe trazendo de volta, na velocidade da luz à sua realidade de telespectador, a raiva foi imediata, mas como a paciência é uma virtude e quem que não gosta de uma bala no cinema? Mais uma vez relevei tentando, com todas as minha forças, me ligar novamente ao filme.
A vontade e o esforço foi grande, mas com atitudes inusitadas do personagem alguém fez questão de compartilhar suas emoções comigo e todo o cinema gritando alto lá atrás; eu não podia acreditar! Eu não havia ido assistir todo mundo em pânico ou algum filme clichê de terror! Eu estava em meio a um filme bacana e não queria acreditar que pivetes boizinhos do caralho haviam adentrado e, como de costume, se assentaram no fundo do cinema!
Eu queria meu dinheiro de volta, mas já era tarde! Desenrolara-se mais de metade do filme e, com certeza, este filme estaria perdido para mim.
Como a paciência é uma virtude; mais uma vez relevei esta atitude infantil e imbecil, afinal o a classificação etária era baixa e fazer o que? Neurônios e maturidade não são para qualquer um.
Eu estava por conta, já não tinha nenhum vínculo com o filme, estava ali por estar. Neste momento eu já pensava o que eu poderia ter comprado com o dinheiro do ingresso.
Em conseqüência a este desligamento acabei cochilando.
De repente acordo assustado com pancadas consecutivas nas costas, o que poderia ser? Alguém tentando me assaltar?! Seria um terremoto no Brasil?! Seria outra explosão de gás em um shoping?!....Eu não podia crer era um filho da puta balançando o pé e acertando na parte de traz da poltrona sem nenhum remorso; neste momento me virei em uma fúria incontrolável, mas me deparei com um cara enorme parecendo o Arnold Schuazenneguer...


CONTINUA.....